13.7.10

Música para modelos vivos movidos a moedas

Domingo que vem, dia 18, às 20h, no Anfiteatro do Campus Santo Antônio, em São João Del Rei, abro a programação de Literatura do 23º Inverno Cultural, promovido pela UFSJ, com a primeira demonstração pública da “leitura-concerto” Música para modelos vivos movidos a moedas. Tendo surgido como um projeto acoplado ao livro Modelos vivos, produzido com recursos da Bolsa Petrobras Cultural/2008, a performance ganhou vida própria ao longo dos quase dois anos em que me dediquei ao desenvolvimento simultâneo das duas obras. Cheguei a cogitar da ideia de lançar o livro na mesma data, mas isso me obrigaria a “correr” com a impressão do Modelos vivos, o que vai totalmente contra o meu intuito de fazer tudo do modo mais lento possível “daqui para radiante”, como dirá Paulo Leminski, no Catatau.

No repertório da performance (que chamo de “leitura-concerto” para frisar o pertencimento do meu projeto artístico ao – maravilhoso – mundo da palavra escrita, em geral, e ao universo do livro, em particular), 30 poemas extraídos da nova coletânea são entremeados a três vídeos inéditos – acima, o frame de um deles – e a um arsenal sonoro que inclui técnicas de “voz expandida”, processador e pedal de efeitos, manipulação ao vivo de rádio gravador cassete, teclado midi, laptop, violão “preparado”, conchas do mar e uma série de objetos do cotidiano usados como instrumentos sonoro/musicais. Depois da apresentação, com mediação da professora Maria Ângela de Araujo Resende, professora de Literatura Brasileira e Teoria Literária da UFSJ, converso com o público sobre o processo de composição dos meus dois novos trabalhos.

Em Belo Horizonte, o lançamento de Modelos vivos e a apresentação de Música para modelos vivos movidos a moedas acontecerão em setembro, dentro das comemorações do que chamo de meus “50 anos em 5 décadas”. Aguardem mais detalhes. Em breve falarei também sobre as idas já confirmadas a Fortaleza, Brasília e Rio de Janeiro. PS (1): "Leitura-concerto" tem a ver, também, com o fato de que TODAS as vocalizações foram minuciosamente partituralizadas - mesmo nas partes em que parece predominar o trabalho de improvisação que marca alguns dos meus trabalhos anteriores. PS (2): Entrada franca. P (3): Já havia feito a postagem acima quando li sobre a morte de um dos mais importantes músicos brasileiros de todos os tempos, o clarinetista, saxofonista, maestro, compositor, professor e arranjador Paulo Moura, aos 77 anos, vítima de um câncer linfático. Seu estupendo disco Confusão urbana, suburbana e rural diz bem quem é Paulo Moura.

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