23.1.09

Foda

Gosto demais da escrita do Wir Caetano, na prosa como na poesia. Sei que ele também curte o que eu faço. Aqui em Minas, houve um tempo em que a Casa Grande literária, desacostumada a ver fulanos de pele preta escrevendo e publicando livros, chamava um pelo nome do outro - o saudoso Adão Ventura também era sempre envolvido na história -, mancada que rendeu a Wir um puta poema. Ele também postou em novembro um comentário muito pertinente sobre a “desracialização” de Barack Obama, que só li hoje. Dia em que li, também, um poema foderoso que o patrício escreveu para alguma gata com quem certamente anda querendo coisa. Wir é foda.

18.1.09

Deu no ESTADO DE MINAS de hoje

MULTIMíDIA
Arte feita de novas ideias

Janaina Cunha Melo

Artistas defendem modelos inovadores de experimentação estética, propondo a fusão de teatro, dança, música e literatura para produzir objetos que ampliem a sensibilidade do público







O perfomer Tatu Guerra explora o tema do confinamento da sociedade contemporânea em seu novo trabalho


A performance multimídia está em franca expansão. Arte contemporânea que promove encontros de linguagens – como dança, teatro, poesia, música e artes plásticas, entre outras categorias artísticas –, ela ainda não assumiu contornos de produção para atrair público numeroso, mas também não é esse seu objetivo, pelo menos na concepção dos novos artistas que investem na pesquisa desse cruzamento de ideias. Para eles, essencial é a possibilidade de investigar novas formas de expressão, que não encontram barreiras nem estabelecem limites entre os gêneros. Como aliado, apontam o uso de aparatos tecnológicos que favorecem a experimentação.

Performer que participa do festival Verão Arte Contemporânea com a vídeoinstalação Série: Objetos vídeos, desenvolvida em parceria com Ronaldo Macedo Brandão, Tatu Guerra conta que seu primeiro contato com a abordagem multimídia foi no grupo Black Maria, onde atuava como percussionista, com Ricardo Aleixo e Gil Amâncio. Graduou-se em Belas artes, estudou animação, fez oficina de VJ e não parou mais de cruzar referências estéticas. Chico de Paula, DJ Rato e outros artistas também se aproximaram, para realização de novos projetos.

No festival, ele e Brandão exploram a idéia de confinamento nos centros urbanos, por meio de dois objetos – ambos associam realidade e absurdo. O primeiro deles – um poço construído com tijolos – esconde uma pessoa, que pode ser vista por cima, pelo público. O outro objeto prende um rosto numa pilastra, em sistema de projeção de imagem que conta com dois monitores. Nos dois trabalhos, a sensação de clausura, própria da atualidade. Para Tatu, as obras não são uma provocação. “Não queremos questionar o comportamento. Apenas
 congelamos uma situação. Gosto dessa questão estética, de explorar a ideia de confinamento que está em todos os lados”, comenta.

ESPAÇOS RESTRITOS Com formação de ator-dançarino, Benjamin Abras conta com elementos da cultura popular como base de experimentação. Em processo de construção de novo espetáculo, ele adianta que capoeira, cantos ritualísticos, dança contemporânea e teatro serão reunidos pelo projeto. Ele também associa objetos na performance. “Com as artes plásticas é possível criar imagens dinâmicas, como extensões do corpo. São referências que aguçam a memória e o instinto de quem realiza e de quem assiste ao espetáculo”, comenta. Cantos de trabalho do candomblé, orações e ritos afrobrasileiros ganham novo significado com a abordagem do artista. A música também desempenha papel importante do desenvolvimento da cena. Ainda sem título, o espetáculo tem estreia prevista para o segundo semestre, na Igreja de São Jorge, no Centro 
de Belo Horizonte. O espaço físico ajuda o performer na associação de ideias. “Cada lugar tem uma história, e isso também precisa ser considerado como informação para a peça”, explica.

Há mais de 10 anos envolvido com esse tipo de performance, ele conta que seus trabalhos são idealizados propositadamente para público pequeno, em espaços restritos. Para Benjamin, o número menor de pessoas possibilita melhor absorção do conteúdo. “Busco espaços alternativos, para que todo mundo consiga perceber essa relação da palavra com o corpo e as relações geradas a partir disso. Para ele, a arte não precisa necessariamente agradar, mas tem que provocar plateias e desconstruir conceitos.

TATU GUERRA E RONALDO MACEDO –SÉRIE: OBJETOS VÍDEOS
Hall do Teatro Francisco Nunes,
Av. Afonso Pena, s/nº, Centro, Parque Municipal. Diariamente, 20h.

MULTIMíDIA
Intermídia é o caminho








Para Ricardo Aleixo, os espaços culturais ainda se fecham para as performances: "É questão de mentalidade"

Artista e pesquisador apontado como um dos precursores do gênero no estado, o poeta Ricardo Aleixo diferencia a performance multimídia – que reúne som, palavra, vídeo e corpo sem que um elemento “contamine” o outro – da intermídia, que propõe junção qualitativa das artes, com fronteiras cada vez menos rígidas até a radicalização da ideia de não-distinção das categorias artísticas. “Na multimídia, elas são preservadas, enquanto na intermídia tudo muda numa rapidez absurda”, explica. A conceituação, ele atribui ao “esforço teórico” de Júlio Plaza, artista intermídia espanhol que se radicou no Brasil e morreu em São Paulo, em 2003.

O interesse de Aleixo sobre a tema ocorreu nos anos 1980, influenciado por outra referência fundamental no gênero, o músico John Cage. “Sou mais um que se alimenta do que ele trouxe em termos de desestabilização das fronteiras”. Para o poeta, essa é uma proposta que se relaciona com o fim da diferenciação entre arte e vida, portanto, a pesquisa intermídia tem sentido essencialmente político na investigação do artista. No fim do ano passado, ele participou da Mostra Contemporânea de Arte Mineira em São Paulo, com a performance Barrocodelia, com direção e concepção compartilhada com Chico de Paula. Entre os convidados também participaram Gil Amâncio, Rui Moreira, Benjamin Abras, DJ Rato e Jorge dos Anjos. “Mais que amigos, eles são artistas habilitados para trabalhar nessa dimensão da pluralidade. A trajetória deles aponta para uma arte feita em Belo Horizonte, com rica história na prática intermídia”, elogia.

Para Ricardo Aleixo, é lamentável a falta de espaços na cidade que reconheçam a importância da performance como linguagem e valorizem a pesquisa realizada pelos artistas. “Podem dizer que são altos os custos de montagem, por causa da utilização de equipamentos técnicos e tecnológicos. Mas isso responde apenas a um dos problemas. Em Belo Horizonte, a questão é de mentalidade. A cultura ainda ainda está com os olhos voltados para o passado”, avalia.

16.1.09

Primeira dica do ano

Querendo saber mais sobre o Leo Gonçalves,
um dos mais ativos, talentosos e conversáveis poetas
que conheço, clique aqui.

9.1.09

Mais vida conversável


DIÁRIO DO NORDESTE - Caderno 3 - 09.01.2009

COLUNA - por Manoel Ricardo de Lima

Um céu inteiro para nadar

Certa leitura da poesia produzida no Brasil tende a uma espécie de padronização crítica “carioca” (sim, assim mesmo, entre aspas, claro), o que tende a uma repetição da geografia dos usos de Machado de Assis, algo entre a Glória e o Aterro, não tão mais longe que isso. Não há nada na imensa linha de mar e costa nem muito menos território adentro, não há distância nem poesia praticada em nenhum outro lugar deste país, tanto que a poesia dita “marginal” da década de 1970 aconteceu apenas lá, tanto que a década de 1990 esbarra também numa produção que foi feita apenas lá (basta ver, por exemplo, a antologia “Esses Poetas”, organizada por Heloísa Buarque de Hollanda, 1998). Cumprir outra vez uma missão bandeirante, nem pensar. Uma etnografia do contato é impensável. E se tal se dá, esbarra em Perdizes ou na Av. Paulista, talvez Pinheiros, ou no máximo na Consolação, talvez Capão Redondo. De outro lado (e sendo muito grosseiro, claro, com esta questão), há uma festa imponderável fascinada com o que se vinculou nomear de periferia, com um atrito falseado que re-elabora uma fala lamurienta da falta, da precariedade, da miséria (haja visto a “nova” cinematografia nacional com pauta nisso e sustentada a ferro e fogo com os jorros do dinheiro público). Todo o resto pode virar uma cobrança inefável para reafirmar uma hierarquia, para dizer de uma historicidade fixada nesta geografia e de alguma categorização imprecisa, mas segundo consta até aí, dizem, necessária. Mesmo que se possa, também, é claro, é uma questão de sobrevivência, rir disso.

Mas não é outra coisa senão um sintoma, veja-se o livro de Luciana di Leoni, uma pesquisadora argentina, sobre algo da poesia de Ana Cristina César – “As tramas da consagração” – ao indicar na bibliografia que um trabalho fundamental sobre a poesia de Ana, o livro de Maria Lúcia de Barros Camargo, “Atrás dos Olhos Pardos”, talvez a primeira tese que se tem notícia feita sobre esta poesia no Brasil, tenha sido editado no Rio de Janeiro quando o foi de fato em Chapecó, no oeste de Santa Catarina, na coleção Argos da Universidade de Chapecó. Lapso, claro, mas que diante do esforço nenhum pra saber do que se disse e se diz sobre a poesia de Ana Cristina César fora da geografia de Machado de Assis (ou da poesia concreta, esta outra geografia que assombra meio mundo paulista não se sabe ainda porquê, quando já é um traçado posto e incorporado) passa a ser um dado que pode ser lido, imprecisamente, como um sintoma deflagrado por uma única pista: de onde vem a fala e que fala ainda é esta.

Se ao apontar o dedo para estas indicações pode se devolver uma cobrança que também pode ser o do lugar da lamúria, quando não é, é dado, aponta-se também para o que se desfaz, como por exemplo a poesia de Ranieri Ribas, com um dos livros mais intensos dos anos 2000, “Os Caktos de Lakatus”, ou a poesia de Carlos Augusto Lima, num silêncio comprido e cumprido, da radicalidade de seu “Objetos” e de seu “Vinte e sete de janeiro”. Tanto que, uma marca imposta disso (ainda grosseiramente) é a insistência nos mesmos nomes, mesmos livros, mesma impertinência, tanto na crítica da resenharia empobrecida quanto no que se pode chamar de crítica acadêmica acerca da poesia do presente. Ricardo Aleixo, por exemplo, um poeta que se desloca entre o arejamento da poesia sempre como outra coisa e o que ela não é nunca, é lido e visto e revisto na mesma antologia de Heloísa Buarque de Hollanda citada acima como um “representante” (note-se o peso do termo) da poesia negra feita no Brasil a partir da década de 1990. A poesia passa a ter uma indicação de cor e lugar, no caso de Ricardo Aleixo ela é apontada por Heloísa como uma exceção, é mineira e é preta, e, ao mesmo tempo, é embotada com o traço de uma “marca identitária afirmativa e posicional”, assim também quando ela traça o que chama de poesia “gay” ou de uma outra “assumidamente judaica”.

E é o próprio Ricardo Aleixo, agora, ao publicar na coleção Elixir (num convite do designer gráfico Flávio Vignoli e com uma tiragem de 220 exemplares) o seu último livro, intitulado “Céu Inteiro”, quem aponta para um gesto que produz um desaparecimento desses lugares marcados, amém, e desses sintomas descompassados, coisa que sempre fez desde o seu “Trívio” até o seu “Máquina Zero” e, principalmente, no seu empenho político com o mundo para ampliar a distância, com a poesia, com as pessoas ao redor, que vai desde suas posturas – não abrir mão de tomar sentido e se posicionar, assumir a fala como um dizer e não como um escorrego nem muito menos como uma “articulação” ou uma “negociação”, como ainda sugere Heloísa Buarque – até, mais recente, com o seu LIRA (mais um destes espaços de afeto, lugares encantados, que este país produz sabe-se lá como, tal qual o Alpendre, em Fortaleza, o Torreão, em Porto Alegre etc). O LIRA, esticando o passo e a distância deste “Céu Inteiro”, no bonito bairro de Santa Teresa, em Belo Horizonte, perto da antiga esquina do Clube com suas canções sem tamanho, é um desdobramento de uma política de afetos.

“Céu Inteiro”, então, é um livro magro, curto e delicado, folhas soltas dentro de uma suposta pasta cinza, com uma letra bordô, uma ferrugem dobrada ao meio numa linha de elástico vermelho usada para fechar e abrir a caixa. É um livro-parte de um projeto maior que vai se chamar “Modelos Vivos”. O livro foi feito numa recuperação da tipografia, a poesia em tipografia (como o gesto de Cleber Teixeira e sua Noa Noa), cinco lipogramas como as novelas de Lope de Vega das quais retira de cada uma delas uma vogal. E assim faz Ricardo,a cada poema uma ausência de uma das vogais. No canto das páginas, elas aparecem, uma a uma, como uma numeração, como uma rememoração das vogais de Rimbaud, como um outro poema, um poema de canto de página, de salto para fora, de silêncio e tremor. E assim começa o movimento desta afecção: “Céu inteiro. Do centro dele, pende o / velho sol, o que viu surgir o primeiro // dos nossos, o último. Tudo de que me / recordo: um sítio onde o único rumor // que se ouve é o gorjeio monótono dos / grous. Noite de breu, de negrume, liso // de pele de bicho com, é possível, o / mundo inteiro sob seu peso feroz. Seus // duplos. O medo, como é: o vulto oblíquo / de um olho cego entrevisto por dentro.”

Ver por dentro, no vazio da placa de desvio, a caixa dentro da caixa como parte da queda, tudo passando aos saltos, num próximo segundo, sugestões de Ricardo Aleixo para a poesia, para ler a poesia como uma responsabilidade e não como quem pendura as mesmas fotografias nas mesmas paredes limpas, claras e fixas. A poesia, para Ricardo Aleixo, vem como desapropriação e com um céu inteiro para nadar.

Sobre MU/DANÇAS

Super-dica do meu amigo Wagner Carvalho, 
desde a Alemanha, onde dirige o festival 
de dança contemporânea brasileira MOVE BERLIM. 

Encontro(s)



Saio fácil do regime de silêncio que me impus quando vejo razões para isso. A admiração e o respeito por alguém, como a escritora (que se diz uma “artivista”) e historiadora Cidinha da Silva, são razões bastantes para que eu volte correndinho à boa vida conversável – termo que roubei de outro “da Silva” - Agostinho -, o filósofo português que viveu tantos anos no Brasil, fugido da ditadura salazarista. O encontro com Cidinha mereceu registro mais que generoso em seu excelente blogue. Confiram, por favor. 
PS: Quando fui copiar o link do blogue da minha amiga, vi que ela reproduziu meu post de ontem. Melhor ainda. Sincronicidades. Vida conversável, como eu dizia. 

8.1.09

tempo, tempos



Ponteiros
– Fora de casa, estou sempre com um relógio atado ao pulso. Consulto-o a intervalos mais ou menos regulares. Trata-se, apropriadamente, de um tique, já que se alguém me pergunta “Que horas são?” não sei responder sem olhar de novo o simpático aparelho. Viver não é preciso, já diziam os argonautas portugueses, de acordo com Fernando Pessoa. Viver é ao léu. Não ligo para a metáfora “tempo”. Me agrada é a dança dos ponteiros.

Música – O relógio mecânico e as barras de compasso são contemporâneos. Ambas as invenções datam de fins do século 14. Se é certo que a escuta regular da convenção “tempo” propiciou o surgimento da notação musical, estudiosos como o físico Géza Szamor (citado por Heloísa Valente no livro Os Cantos da Voz – Entre o Ruído e o Silêncio) afirmam que foi a música o parâmetro utilizado no estabelecimento da noção de “tempo medido”. Tomara! Quantas vezes saímos de casa para trabalhar baseados na duração da música que toca no rádio... Dizemos para nós mesmos, embalados por aqueles sons que já conhecemos de cor: “Quando acabar essa eu saio...”

Viola – Uma das mais impressionantes instalações de Bill Viola intitula-se Heaven and Earth. Dois monitores de vídeo preto e branco, um suspenso sobre o outro, numa estrutura tipo coluna – mais um pouco e se tocariam – mostram imagens que se interpenetram, silenciosas: a mãe de Viola agonizante; o filho do artista nascendo, nove meses depois. No Eclesiastes (trad. Haroldo de Campos) se lê: “Geração-que-vai/ geração-que-vem/ e a terra/ durando para sempre”.

Agoras – “Agora mesmo passa outro.” (Alguém, num ponto de ônibus). “Agora só depois de almoçar.” (Um adulto, para uma criança que insiste em ver televisão antes do almoço). “Agora mesmo fulano perguntou por você.” (Qualquer falante do português-brasileiro). “Agora você vai ver.” (Idem). “Tudo ao mesmo tempo agora.” (Arnaldo Antunes). “Passaram-se agoras” (Dorival Caymmi). “A imanência imediata do agora.” (Octavio Paz).

Korf – A muitos que conheço agradaria um relógio como o de Korf, “não-personagem” do alemão Christian Morgenstern (1871-1914). O que singulariza tal relógio é o fato de, nele, os ponteiros girarem “em dois pares – um a mais”. Mais importante ainda, “giram também para trás.// Se marcam duas – marcam as dez; se apontam o três – apontam o nove”, bastando “fixá-los, sem viés”, que “o medo ao tempo se remove.” Não apenas o medo ao tempo é removido, comenta o poeta e tradutor Sebastião Uchoa Leite (que observa a existência, em Sylvie and Bruno, de Lewis Carroll, de “um relógio mágico que reverte a ação do tempo, de modo que os acontecimentos se passam de trás para frente”). Resulta da inusitada invenção de Korf nada menos que a “anulação do tempo”.

A refutação do tempo – Eis uma tarefa que só aos grandes cabe cumprir. Borges, que amava Shopenhauer, assinaria de bom grado esta afirmação do filósofo alemão: “Ninguém viveu no passado, ninguém viverá no futuro: o presente é a forma de toda a vida, é uma posse que nenhum mal lhe pode arrebatar.”

O tempo circular – “Aquele que acertou ontem a pedra que só hoje atirou.” Essa proeza se credita a Exu, o que propicia ou embaralha o comércio entre os deuses e os homens. Como é possível? Não é possível. Exu é o impossível.

PS: Estes fragmentos são antigos, do ano 98 do século passado, e foram publicados pela primeira vez na coluna que mantive entre 1997 e 2002 no caderno “Magazine” do jornal O Tempo. Já os reproduzi no endereço anterior do jaguadarte, como hão de lembrar os mais memoriosos. Valho-me da existência deles para finalmente dar partida às postagens nesta posse que iconiza, vazia como tem estado, o meu desejo de silêncio, que só faz crescer em meio ao completo horror – o Mal – que o noticiário internacional nos lança na cara todos os dias, com os relatos das ações genocidas de Israel na Faixa de Gaza. A foto é produto de um erro na manipulação da máquina, e foi feita durante uma viagem que fiz a Buenos Aires em 2006. É isso. É só isso.