25.9.07

Cinema poesia (e não "de poesia")



Se o cinema não pode dar conta do mundo, pode, quando menos, à semelhança da melhor poesia, transformar-se numa forma de pensamento, liberto da torpe tarefa de entorpecer ainda mais os estultos com imagens de mera e servil duplicação do real. Mas pensar (não importa com quais extensões do cérebro) é mesmo para poucos, vocês hão de convir. E para poucas, como a norte-americana Carolle Schneeman (1939), que, com o filme Fuses (ubu), de 1965, nos dá uma rara mostração de como o corpo pensa quando a câmera que o capta também pensa. Nesse belíssimo filme quase totalmente silencioso, Caroline faz sexo com seu companheiro à época, o compositor James Tenney, os dois observados por seu gato, Kitch, ao longo dos 18 minutos em que dura a transa. É isso. Mas não apenas.

2 comentários:

Milton De Biasi disse...

UAU!!!!

Anônimo disse...

... já vi esta cena antes ...