2.5.10

Biscoito fino neocrocante para Lygia Pape

Já contei em diversas ocasiões o quanto devo a Lygia Pape (1929-2004): como admirador que sempre fui do trabalho da grande artista concreta e neoconcreta, e como participante de um tão breve (dois dias) quanto intenso workshop que ela ministrou em BHZ, no Museu de Arte da Pampulha, em 1998. Devo a LP, entre outras coisas, o incentivo para que eu viesse a mostrar publicamente minhas tentativas no campo da visualidade (para além dos poemas visuais): objetos tridimensionais, vídeos, colagens, manuscrituras. Em 1999, quando montei minha primeira e, até o momento, única individual, Objetos suspeitos, ela me deu a honralegria de ir conferir a montagem carioca da exposição, deixando no livro de assinaturas, junto do seu nome, um entusiasmado “Lindo!” – que me vale, até hoje, como a concessão de uma licença para seguir tentando. Há coisa de 3 anos, fiz uma interferência numa embalagem de biscoitos Piraquê – que, como sabem, teve sua identidade visual criada por Lygia. Fiz como uma homenagem a ela: Biscoito fino neocrocante para Lygia Pape. No ano passado, fui surpreendido com a notícia de que a Piraquê havia substituído o projeto original por um outro, mais “moderninho”, segundo os que protestaram contra o que lhes pareceu um atentado contra o patrimônio artístico brasileiro. Quis participar do debate, postando aqui o meu poema visual, mas onde, diabos, ele foi parar? Não o encontrando mais, procurei no Google, ainda agora, uma foto da embalagem da guloseima papeada por Lygia e refiz a peça. Bom apetite.

3 comentários:

marcelo sahea disse...

Genial!

Anônimo disse...

o sahea chegou na frente, mas repetindo é que se anda: GENIAL!
(Sérgio Fantini)

Alexandre Amaro e Castro disse...

Fala, Rique. Muito bom! Abração.

Alexandre.