20.8.09

Quem quiser ler que leia o leitor

1.

O performador,

no meu projeto pessoal

de criação,

é um tipo de leitor que

se dá a ler,

ao assumir e expandir

a condição performativa

da leitura.

2.

Como uma espécie

de TJ (text-jockey,

para jogar

com terminologia

cara à cultura

contemporânea),

valho-me em cena

de uma multiplicidade

de fontes textuais,

as quais aciono

a partir de três linhas

básicas – que podem,

inclusive, ser conjugadas

entre elas:

1) oralização a partir

de demarcações

previamente indicadas

nos "textos-partituras";

2) improvisações

vocais (com ou sem palavras),

ao longo da performance,

em resposta a estímulos

provocados pelos

demais elementos

dispostos no ambiente

(vídeo, ruidagem,

layout do palco,

maior ou menor

participação

da plateia etc.);

3) improvisações

vocais/corporais

sobre fragmentos

escolhidos aleatoriamente

em livros espalhados

pelo palco,

vozes pré-gravadas

(a minha própria

e/ou a de

outros poetas,

ou, ainda,

a de anônimos,

sampleadas do rádio,

da TV ou da web)

e field recordings

que reprocesso e

disparo em um laptop

(direto no aparelho

ou por meio de um

controlador MIDI).

3.

Já não há razão para falar

em work in progress,

com relação ao que eu faço.

Não há progresso,

nunca houve.

Eu nem bem comecei. 

 

Um comentário:

Gláucia Machado disse...

o leitor finge que
chega a ver, o leitor
reflete : de novo
quer ouVirVer
com olhos livres