13.10.07

Mulher com(o um) livro aberto



Já que eu nunca escrevi sobre essa conjunção mais que essencial na vida de meus neurônios e hormônios tão fatigados, foi preciso recorrer a um dos poemas de Frederico Barbosa que contam entre os meus favoritos para "ilustrar" esta reprodução de uma obra da pintora Francine Van Hove que encontrei por aí e arquivei há meses, para qualquer eventualidade. Nem gosto tanto da pintora, mas

Como quem lê


Virar a chave,
como quem lê uma página:
abrir por dentro,
libertar-se sendo.
Como quem se envolve na personagem,
lento.

Descobrir o além do sonho,
o impensado, o certo,
o mais que imaginado.
O que os olhos buscam cobrir
no sonho.

Ver em você, minha cara,
minha cara interpretada:
metade minha, metade clara.




2 comentários:

Anônimo disse...

"abrir por dentro,
libertar-se sendo."

tem coisas que a gente,
sem saber como, precisa.

Anônimo disse...

Que honra, Ricardo.
Obrigado pela deferência.
Abração,
Fred