Aqui, tendo ao fundo um dos lindos estandartes que o artista plástico Antônio Sérgio Moreira distribuiu pelo saguão do Teatro Francisco Nunes, na ZIP de 2006, eu converso com o poeta Álvaro Andrade Garcia, um dos pioneiros da poesia/arte eletrônica no Brasil [foto de Glenio Campregher]. Dos meus amigos, Álvaro talvez seja aquele que eu vejo com menor frequência, mas tenho-o sempre presente, quando penso em alguém para quem o conhecimento profundo e especializado de um tema não se torna, nunca, pretexto para a arrogância e o pedantismo, como é tão comum no meio artístico-cultural brasileiro.
Nesta semana em que começamos a nos preparar para o encerramento da primeira ZIP de 2011, peço licença ao Chico de Paula, ao Bruno Brum, à nossa querida produtora Sabrina Bueno – e a todas as demais pessoas que ajudaram a colocar o evento de pé – para declarar que tenho na figura única de Álvaro Andrade Garcia uma das imagens definidoras do que representa, para mim, hoje, a Zona de Invenç˜ao Poesia &.
Declaro e justifico. Não bastasse ter assumido o desafio de trazer da temporada de poesia & esbórnia que passou numa praia em Santa Catarina junto com seus parceiros do grupo Aquífero Poético – semanas antes de começar a ZIP – o extraordinário livro eletrônico que tem encantado a toda a gente, Álvaro ainda nos emprestou o monitor com tela de touch screen necessária à fruição da bela obra cuja elaboração coordenou com mãos de mestre-inventor. Seu gesto nos ensina que o verdadeiro sentido da palavra compartilhamento é determinado, antes e acima de tudo, pelo senso de pertença ao mundo que se quer transformar. Álvaro é raro.
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