16.2.13

IMPOSSÍVEL COMO NUNCA TER TIDO UM ROSTO


Poemas do meu novo livro, "Impossível como nunca ter tido um rosto", no prelo, somados a algumas peças extraídas do “Modelos vivos”, de 2010, formam o repertório da minha leitura-concerto, marcada para o dia 24/2, domingo, no projeto Sarau do Memorial da Vale, com participação especial de Mariana Botelho (autora da foto acima).

Serão duas sessões, às 11h e às 13h, com entrada risonha e franca. Importante chegar cedo, porque cabem apenas 40 pessoas na réplica da Casa da Ópera onde performarei. Até prova em contrário, usarei microfones com pedais de efeitos, objetos sonoros, violão e teclado midi, tendo ao fundo uma sequência de imagens em vídeo organizadas por meio de sorteio.

Sobre o meu novo livro, peço licença para transcrever um fragmento do mais que generoso prefácio escrito pelo poeta Dirceu Villa, uma das melhores cabeças poéticas deste Pais, hoje: “Percebe-se que Aleixo multiplicou seu acesso a essa linguagem, a poesia, vendo-a por todos os lados: se se percebe nele a aplicação engenhosa do meticuloso arranjo de mínimas estruturas que a poesia concreta propôs na versão mais concentrada que se conhece, no cálculo com o ‘nível atômico’ da linguagem, percebe-se também a convivência com o cancioneiro popular, não só do Brasil; a curiosidade onívora a respeito das múltiplas culturas e seus múltiplos modos de lidar com a palavra; seu variado e sempre hábil manejo sonoro, visual e intelectual, da mesma palavra; e a versatilidade com que adapta todo tipo de forma, nunca de maneira servil, mas sempre assimilando de modo pessoal a experiência formal, seja do haicai, do oriki, da canção trovadoresca, da performance dadá etc.”

O Memorial da Vale fica na Praça da Liberdade, s/n, esquina com rua Gonçalves Dias.

Em tempo: exemplares do “Modelos vivos” - finalista dos prêmios Portugal Telecom e Jabuti em 2011 - serão vendidos na ocasião ao preço promocional de R$ 25,00.

15.2.13

INTRODUÇÃO À POÉTICA PLÁSTICO-VISUAL DE JORGE DOS ANJOS - MÓDULO II




Abertas as inscrições - gratuitas - para o Módulo II da oficina INTRODUÇÃO À POÉTICA PLÁSTICO-VISUAL DE JORGE DOS ANJOS. Para participar do segundo módulo não é necessário ter participado do primeiro. 

30.10.12


OPORTUNIDADE


Vendo um pedal Loop Station RC-2 da Boss e um Cube Monitor CM-30 da Roland. 
O pedal foi adquirido em 2010, mas encontra-se em excelente estado de conservação, já que o usei pouco - por ter, logo depois, adquirido um novo equipamento que cumpre a mesma função, além de oferecer inúmeras outras (valor: R$ 500,00 à vista).

O monitor amplificado, que comprei em 2006, está, igualmente, em ótimas condições. Seu desempenho é o melhor possível, em termos de potência e qualidade sonora - sobretudo em performances poéticas, ou em apresentações de voz, violão e mais um ou dois instrumentos ou vozes. Recomendável também pela portabilidade (valor: R$ 600,00 à vista). 
Abaixo, os interessados (que poderão fazer contato por email: jaguadarte@hotmail.com) encontrarão links com informações detalhadas sobre cada um dos equipamentos.





11.9.12

DIA CAGE 2012

 
Em 2002, um grupo de artistas de diversas áreas - os poetas Ana Caetano, Marcelo Dolabela e Ricardo Aleixo à frente –, sediados em Belo Horizonte, tomou a iniciativa de se reunir para celebrar e repensar o legado do músico, poeta e artista visual estadunidense John Cage (12.8.1912-5.9.1992).
Como desdobramento do evento, intitulado ANÔNIMO ENTRA NA SALA: JOHN CAGE + 10 - 90, Ricardo Aleixo criou, em 2005, o DIA CAGE, que, sempre afeito às características iniciais, já teve duas outras edições, em 2007 e 2008.
Em 2012, ano no qual se comemora o centenário de nascimento do mais influente artista interdisciplinar do século XX, o DIA CAGE terá lugar no Empório Trecos e Afetos, uma simpática e acolhedora loja de variedades situada no segundo piso do Edifício Maletta que, de acordo com Ricardo Aleixo, afina-se completamente com o espírito do evento – baseado na cooperação entre os artistas.
Da edição deste ano participarão os seguintes nomes: Adriana dos Anjos, Barulhista Ga, Beatriz Mom, Bruno Brum e Tatiana Perdigão, Chico de Paula e Daniel Nunes, Christina Fornaciari, Francesco Napoli, Jorge dos Anjos, Leo Gonçalves, Marcelo Dolabela, Marcelo Kraiser, Marcelo Sahea, Marco Scarassati, Mariana Botelho, Paola Rettore, Renato Negrão, VOCO – Coro de Vozes Comuns – e Samuel Mendes.
Aníbal Cristobo e Eduardo Jorge participam com textos cedidos para a mostra de poemas. O primeiro, que vive em Barcelona, com “Os gatos de John Cage”; o segundo, atualmente radicado em Paris, com “Os gatos de Merce Cunningham” e uma tradução de um poema de John Cage dedicado a Marcel Duchamp.
Performances, leituras, ruidagem, feira de inutensílios (estande para venda de livros, cds, dvds e publicações culturais), mostra de vídeos e poemas visuais formam o cardápio da edição 2012 do DIA CAGE. A programação será aberta às 10h, com encerramento previsto para as 18h. Entrada franca. O Empório Trecos e Afetos fica na avenida Augusto de Lima, 233, loja 64, Edifício Maletta.

4.8.12

ACROBATA DA DOR


E o que é mesmo a performance ACROBATA DA DOR, que farei amanhã, em plena hora do almoço - 14h! -, ao lado do bailarino Mascote, no Teatro de Bolso Julio Mackenzie, no Sesc Palladium?

Poderia simplificar, dizendo que é só mais um trabalho meu, no qual celebro os 150 anos de nascimento do mais importante nome do simbolismo brasileiro, ou que é o meu melhor trabalho até agora - talvez seja -, mas prefiro ir direto ao ponto. Trata-se do meu encontro com o monstro (= o que se mostra) Cruz e Sousa. Com o que, nele, homem-signo, vida-texto, propõe desafios, cobra respostas - em forma de arte, de poesia, de vida que só se pode traduzir em mais vida.

Me preparei desde não sei quando para o encontro com Cruz e Sousa, e há mesmo algo de pacto na relação que me vi convidado/forçado a estebelecer com ele: "Há sempre um pacto com o demônio,e o demônio aparece ora como chefe do bando, ora como Solitário ao aldo do bando, ora como Potência superior do bando", anotam Deleuze e Guattari a respeito do "indivíduo excepcional" - que tem, dizem os pensadores franceses, "muitas posições possíveis".

Não é preciso conhecer muito da biografia de Cruz e Sousa e do impacto de sua presença, digamos assim, extravagante no ambiente artístico-cultural de sua época para reconhecê-lo na descrição que D e G traçam dessa figura - a do "indivíduo excepcional" - que, à semelhança da Josefina, a "camundonga cantora" de Kafka, "tem ora uma posição privilegiada no bando, ora se insinua e se perde anônima nos enunciados coletivos do bando".

Longe de me comparar ao poeta do Desterro - antigo nome de Florianópolis, cidade natal de Cruz -, o que faço é colocar-me à disposição de sua extraordinária arte para tentar ajudar a situá-la num quadro, como o da poesia brasileira contemporânea, em que o estranhamento já não parece ter vez nem voz, secundarizado por padrões de escrita em mais de um sentido adaptados ao espírito de conformismo característico do tempo agora.

Um rito: talvez seja essa a forma mais acertada de definir o (meu) ACROBATA DA DOR, que exibe como marca de parentesco com as minhas performances anteriores a condição de "obra permanentemente em obras", isto é, excessiva, aberta, inconclusa, vizinha de tudo que é borda, beirada, quina, encruzilhada.

Quem quiser ouver é só adiantar ou atrasar o almoço. O Sesc Palladium fica na avenida Augusto de Lima, 420. Entrada franca.
PS1: Na foto de Mariana Botelho, feita durante a filmagem do videopoema Acrobata da dor, em novembro de 2001, eu e o bailarino Mascote. 
PS2: Após a performance, meu livro Modelos vivos será vendido ao preço promocional de R$ 25,00.