A ida ao Rio, para participar da abertura da mostra Poética expositiva, foi compensadora, muito. E feliz. Chance rara de ver a curadora Sônia Salcedo del Castillo em ação: da reiteração – em linguagem nada pedante – do conceito da mostra a ajustes na luz e ao reposicionamento de um cubo, a mulher estava ligava em tudo. Bom demais, também, poder rever os queridos Adolfo Montejo Navas e Lenora de Barros e conhecer a simpática Ana Liennemann (com Victor Arruda apenas troquei um rápido cumprimento e, devido ao enorme número de pessoas presentes, nem mesmo cheguei a ver Eduardo Coimbra).
Do ponto de vista estritamente profissional, a participação na mostra teve, para mim, o valor da confirmação de um caminho que já se enunciava há tempos, pelo menos desde o final dos anos 1990, quando passei a lidar de forma mais ostensiva e constante com questões das chamadas artes visuais – e, sob as bênçãos da saudosa Lígia Pape, a me definir como poeta e artista visual. Sem deixar de lado o trabalho como poeta, escritor e organizador de projetos ligados à palavra (vide o preparo dos 3 livros em que trabalho atualmente, a ZIP e a função de coeditor da coleção Elixir, da Tipografia do Zé), é na tentativa de constituição de uma poética visual que tenho me lançado nos últimos anos com maior afinco e prazer.
Poder mostrar parte da nova etapa de minha viagem criativa num lugar-chave para a arte brasileira é, assim, um modo de dizer que, daqui para a frente, topo colocar a cara a tapa num universo no qual, se não sou tratado necessariamente como um novato, tampouco estou longe de ser reconhecido. Será interessante vivenciar mais este desafio.
Para terminar, registro os maravilhosos encontros com alguns anjos: primeiro, a assistente de curadoria Elena Guimarães, sempre por perto, cuidando para que tudo saísse a contento, tal como pedi desde que fui convidado por Sônia Salcedo. Depois, a performer Charlene Sadd, recém-instalada no Rio, vinda de Maceió: ela não só filmou minha performance, como ainda levou Renata Marques, sua amiga, para fazer as fotos: um beijo para as duas!
E teve, já no sábado, Manoel Ricardo de Lima. Mestre do afeto, da gentileza e da boa prosa, meu amigo me ajudou a enfrentar as inacreditáveis lambanças feitas pela péssima Webjet – uma companhia aérea que não recomendo nem ao político mais corrupto – e ainda me levou para um passeio que incluiu almoço em Botafogo com o casal Vanessa e Leonardo Gandolfi, visita ritual à rua onde mora Roberto Carlos, na Urca, e, já na casa dele (do Mané, não do Rei), café com queijo e goiabada, ao som de canções de Ernesto Lecuona cantadas por vários intérpretes. Alegria.
5 comentários:
meu amigo, o sábado foi adorável. e a casa é sempre sua, aberta, com vista pra baía, pra linha do horizonte e pro beco. pro beco do mundo.
abraço, manoel.
A abertura da mostra foi realmente única. A exposição pode ser vista até 8 de maio, mas presenciar a ação/performance de Ricardo...estes momentos não se repetem. Aguardamos a próxima oportunidade..ou vermos os registros do fluxo do tempo.
Abração!
07:12
Rique, nem precisa se preocupar em me responder o e-mail. Já vi tudo o que precisava para saber, ou melhor, para confirmar: você, como sempre, abalando as estruturas! HAHAHAHAHAHA Melhor ainda ver que os encontros fora da programação oficial foram igualmente ótimos. Parabéns! Sucesso! Sorte! Beijão orgulhoso,
Gabi
Mané, Elena, Gabi (que também sabe fazer papel de anjo): carinho enorme!
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